sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Tarô e Baralho Cigano: Qual a Diferença?



Os dois oráculos e instrumentos de autoconhecimento expressam imagens diferentes, esse é o primeiro ponto. Enquanto o Tarô tem 22 arcanos maiores e 56 arcanos menores, totalizando 78 ao todo, o Baralho Cigano Lenormand possui 36 cartas com naipes e figuras da Corte contidas internamente. Os dois são ótimos e eficientes, abordam áreas de vida diversas e respondem bem perguntas. Questão de preferência, gosto e momento.

Num sentido técnico, a diferença do Baralho Cigano está na simplicidade e na objetividade de suas imagens e também, muitas vezes, na necessidade de interpretar uma carta em conjunto com outras. No Baralho Cigano se, por exemplo, aparece a Carta (nº 27), qual mensagem ela traz? Se tirar o Homem, que homem é este? Quais as suas características e propósitos? Saiu os Caminhos? Qual será escolhido? De onde vem e para onde vai? O que encontra no caminho escolhido? Navio de onde vem e para onde vai? A interpretação se dá pela composição das cartas no conjunto do jogo ou na inter-relação entre elas numa única posição para ganhar sentido. A leitura do Baralho numa determinada posição muitas vezes não é feita apenas no sentido de uma carta por si mesma. Nesse caso, conta-se a história pela seqüência. Claro que existem jogos onde é absolutamente possível e suficiente interpretá-los com uma única carta em cada posição. Além disso, o Baralho Cigano têm um naipe numerado ou figura da corte incluído internamente com significados importantes complementares à imagem. A figura representada na imagem lhe dá o nome da carta.

No Tarô, dada a complexidade de cada carta, num jogo pequeno ou grande, para cada posição basta tirar um arcano e complementá-lo com um arcano menor. No Louco do Tarô, por exemplo, existe todo um cenário compondo a carta: um homem na beira de um precipício com chapéu de bobo e roupa surrada carrega uma pequena sacola nas costas em uma das mãos e na outra segura um bastão. Tem um cachorro com as patas na sua perna. A Lua no Tarô tem a Lua no céu, dois castelos no fundo, uma lagosta numa lagoa, dois lobos, plantas, etc.

No Tarô os personagens da Corte: Rei, Rainha, Cavaleiro e Pajem (ou Princesa) possuem características bem definidas a priori, de acordo com o naipe pertencente. Nos arcanos maiores, o Imperador e a Imperatriz, por exemplo, também possuem atributos definidos.

Uma amiga me chamou atenção para outra diferença entre os dois oráculos, pelo menos quando eu realizo uma leitura, consigo através do baralho cigano, informações acerca das pessoas que são envolvidas com o consulente, que têm alguma relação com o mesmo, por exemplo, sei se haverá algum problema relacionado com pai, mãe, filho, amigo, colega de trabalho, já no Tarô, as questões são relacionadas propriamente com o consulente, salvo se o tema da consulta seja especificamente sobre outra pessoa.

Um bom consultor de Baralho Cigano e/ou Tarô compreende cartas em série ou seqüencialmente, como numa história, sendo importante conhecer e abordar profundamente cada carta, não se dando por satisfeito em memorizar três ou quatro palavras referentes a ela. De qualquer modo, um dos maiores desafios para aqueles que estão aprendendo, seja Tarô ou Baralho Cigano, está em situar a carta dentro de um jogo, visualizando o jogo como um todo, independente da ordem ou das combinações. Necessita de estudo, prática, razão, bom senso, sensibilidade e intuição. A condição espiritual do consultor também interfere nas consultas.

Importante para qualquer pessoa interessada em utilizar os oráculos é fazer isso com consciência, responsabilidade e amor.

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